18/02/2022

Imagine colocar a mão no bolso e não encontrar a sua carteira ou molho de chaves? Será que os objetos ficaram em casa ou foram furtados? Para ajudar os esquecidos e facilitar a correria da vida moderna, diversas empresas de tecnologia começaram a oferecer em seus catálogos as etiquetas inteligentes – as smart tags. Geralmente do tamanho de uma moeda de um real, elas podem ser colocadas em diversos objetos, como a coleira do cachorro, na bolsa, embaixo do banco da bicicleta, no controle remoto, passaporte – não há limites de onde elas possam ser aplicadas. Embora não seja uma grande inovação tecnológica, já que os próprios smartphones, computadores e smartwatches já possuem a tecnologia que permite que objetos sejam encontrados em caso de roubo ou perda, os localizadores ganharam destaque por causa do tamanho e do lançamento da estilosa AirTag, da Apple, em 2021.

Os pequenos dispositivos – tanto da Apple como Samsung e marcas menores – contêm componentes de localização Bluetooth aliados a outras tecnologias de rastreio que criam uma espécie de rede de monitoramento. Isso permite aos seus usuários acessá-los com precisão através do aplicativo do fabricante. Nos Estados Unidos, a AirTag da Apple sai por singelos US$ 29. No Brasil, as peças ainda estão na casa dos R$ 400 – o que acaba tornando a compra menos viável, mas nem por isso menos perigosa. Nos Estados Unidos, os problemas começaram quando as tags começaram a ser usadas de maneira anônima por terceiros, seja um casal espionando um ao outro ou os pais seguindo filhos rebeldes sem consentimento. A situação chegou ao clímax quando a modelo de roupas de praia da revista “Sports Illustrated” Brooke Nader notou que alguém havia colocado uma tag no bolso de seu casaco enquanto ela estava em um bar em Nova York. Quando caminhava para casa, recebeu a notificação em seu telefone de que um dispositivo desconhecido estava com ela há horas.

A modelo, que possui quase 900 mil seguidores no Instagram, fez seu desabafo em uma série de vídeos em sua conta pessoal. Apesar de, felizmente, nada ter acontecido, a ideia de poder ter sido seguida e atacada enquanto saía do bar, causou comoção e fez o Ministério Público do estado a emitir um alerta. “Em todo o país, as AirTags da Apple estão sendo usadas indevidamente para rastrear pessoas e seus pertences para causar danos”, disse a procuradora-geral do Estado de Nova York, Letitia James. “Rastrear pessoas sem seu conhecimento ou consentimento é um crime grave e não será tolerado”. A Apple também prometeu atualizações para que o telefone identifique dispositivos próximos rapidamente e que também emita um alerta sonoro para fácil localização. Com tantos dados que já fornecemos para as gigantes da tecnologia, um pequeno rastreador pode ser a gota d’água?

Fonte: istoe.com.br