08/07/2020

O investimento imobiliário sempre foi um grande porto seguro para quem deseja investir, mas com a atratividade de outras aplicações nos últimos anos, como a bolsa e os fundos diversos, as pessoas se sentiram provocadas a procurar novas possibilidades. Só que o cenário está mudando novamente. “Ainda mais agora, com um momento de incertezas, o imóvel volta a ser moeda forte e segura, principalmente a médio e longo prazo”, afirma Dario Ferraço, corretor e sócio proprietário da SF Consultoria Imobiliária.

Para Dario e seu sócio, Raphael Sampa, também agente imobiliário, ainda há espaço para investir em imóveis neste ano. “Vimos nos últimos quatro anos a classe popular ganhar destaque. Agora a bola da vez são as moradias de ticket médio alto, de R$ 500 mil a R$ 1,5 milhão, que se encontra dentro do plano do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que teve uma redução considerável no volume de lançamentos nos últimos anos e tem hoje um estoque pronto consideravelmente pequeno”, explica Raphael.

Sergio Conde Caldas, arquiteto e diretor da Construtora Concal, concorda com a leitura. “Mesmo em tempos de pandemia, os negócios continuam. Temos clientes que recentemente compraram apartamentos na Tijuca, bairro tradicional da zona norte do Rio. Com o isolamento social, alguns clientes perceberam que precisam de imóveis mais confortáveis, com mais espaço, já que hoje as famílias estão em casa, as crianças estudam remotamente e os adultos necessitam de um ambiente para home office”, conta.

Outra tendência observada pela Concal é o aumento da procura por casas na região serrana, pois muitas pessoas estão buscando qualidade de vida e refúgio. “Prova disso é que vendemos uma casa em Pedro do Rio (Petrópolis, Rio de Janeiro) que oferece muito conforto e sustentabilidade. Antes da crise do coronavírus, a tendência era ter uma segunda casa fora do Brasil. Hoje, com a dificuldade de viajar para o exterior, a casa na serra voltou a ser muito procurada”, aponta Caldas.

Os clientes do André Moreira, diretor da Martinelli Imóveis, provam que os patrimônios em terras brasileiras estão atraindo olhares até de quem vive longe daqui. “Os brasileiros que moram fora do País estão fechando negócios conosco virtualmente. Por mês, registramos de 12 a 15 vendas para este público. São profissionais de diversos setores, incluindo autônomos, que visitam virtualmente o imóvel, compram via internet e contam com parentes no Brasil para dar segmento ao negócio.” Ele explica ainda que a assinatura digital tem ajudado muito em tempos de pandemia.

“Para o cliente que pode colocar parte do seu capital na compra de imóveis, o momento adequado é este. O ganho do investimento em imóveis nesse momento pode ser superior ao retorno de uma aplicação bancária”, indica João Batista de Andrade, diretor da JB Andrade Imóveis.